Um grupo de anônimos vive nas ruas de Fortaleza. Durante o dia enfrenta o frio ou o calor, e à noite, a solidão do relento. Em cada canto das ruas, é possível encontrar histórias diferentes de personagens classificados como pessoas em situação de rua.
O Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, celebrado nesta segunda-feira (19), chama a atenção da sociedade para os direitos que esse grupo possui. Foi pensando nisso que o projeto Potyrom, da Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), reuniu voluntários para promover um dia especial para essas pessoas. Foram oferecidos serviços de cortes de cabelos, banhos, aferição de pressão arterial, testes de glicemia, roupas e orientações médicas.
Jefferson dos Santos foi beneficiado pela ação. Há dois meses ele conhece o projeto que lhe trouxe uma nova perspectiva de vida. “O Potyrom veio fazer uma transformação em minha vida para que eu pudesse entender o que é união, sociedade e direitos. O projeto nos dá o benefício de termos a certeza que possuímos direitos e oportunidades. Não somos diferentes, somos todos iguais,” salientou.
Para a realização das atividades, o projeto contou com parceiros. Acadêmicas de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e alunos do Curso de Barbearia Glamour participaram contribuindo com suas habilidades e conhecimentos. “Para nós que acreditamos que a medicina se faz perto das pessoas e com as pessoas, independente de onde elas estejam, foi um momento essencial. Orientamos sobre os direitos que essas pessoas possuem e como elas podem buscar atendimento para que momento não seja único e que possam continuar tendo essa atenção que é direito de todo indivíduo,” explicou a estudante Nathália Farias.
O dia 19 de agosto relembra o “Massacre da Sé”, que ocorreu no ano de 2004, quando sete pessoas foram assassinadas enquanto dormiam na região da Praça da Sé, em São Paulo. Em virtude disso, a data é propícia para conscientização dos direitos das pessoas em situação de rua.
O Projeto
Embora tenha acontecido uma ação em alusão à data, os atendimentos já fazem parte da rotina do projeto e têm como objetivo resgatar a autoestima do beneficiado, proporcionando oportunidades de mudança. O Potyrom completou 2 anos e é mantido por mais de 240 voluntários da ADRA. “Atendemos cerca de 70 pessoas diariamente. Queremos que elas vejam que existem pessoas que se preocupam com a situação delas,” explica o voluntário Eroney Santos.